Vamos falar de fantasia e realidade?

Para Melanie Klein não vivemos em um só mundo, mas em dois. Um mundo interno, que é um lugar tão real para se viver e o mundo de fora. Falando em conceitos, estamos trabalhando com a realidade psíquica interna e a realidade externa.

Muitas vezes, em nossos atendimentos identificamos que o sofrimento psíquico do sujeito não está condizente com a situação que ele apresenta, e o paciente tem ansiedades e medos em demasiado, por exemplo. Até a depressão mostra esse quadro psíquico interno destoante.

Para usar casos verídicos, pensemos em pessoas famosas. Muitas apresentam condições psíquicas desfavoráveis que não são compreendidos pela sociedade. Em parte porque culturalmente entendemos que felicidade está atrelada a exageros financeiros, em outra porque a aparência para quem está de fora é de estabilidade em todas as áreas: família, trabalho, dinheiro, carreira, mente, fama… O que muitos deixam de notar é a sobrecarga de trabalho, distância dos familiares, semanas fora de casa por viagens a trabalho e várias outras questões negativas associadas a isso.]

Uma ideia para se trabalhar casos como esses é fazer a distinção básica da psicanálise, entre o que é meu e o que é do outro, que não se controla e é imponderável. Outro ponto importante é a diferença entre fantasia e realidade.

Entendemos que a fantasia no campo da idealização pode ser muito mais destrutiva e danosa do que a realidade. Por exemplo, o casamento perfeito, um “príncipe” que não frustra, que sempre agrada, sem problemas, lindo, rico; características muito disseminadas em nossa cultura.

Nesse caso, perante a fantasia do relacionamento perfeito, a pessoa não consegue se perceber dentro de um relacionamento, que é falho, que tem problemas. O que fazer diante desse cenário, já que perfeição não existe? Pessoas com esse tipo de idealização podem interromper a relação no primeiro problema, na ilusão de encontrar o par perfeito.

Já no âmbito do trabalho, pode-se criar a ideia de um ambiente saudável, com excelente clima, onde se tem prazer de trabalhar, muitos vínculos com colegas, mas, no fundo, a idealização possibilita esquecer a relação que está por trás: tempo X dinheiro. Há casos de pessoas que continuam no trabalho, ainda que insatisfeitas, por recearem se afastar das pessoas e do grupo.

 A abordagem kleiniana tem como um dos pilares trabalhar as realidades interna e externa, buscando acalmar as ansiedades, inseguranças e medos; trazendo dados reais sobre o ambiente externo e manejando a situação buscando deixar o cliente menos angustiado.

 

 

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